Não é fácil compreender
que viver é um constante escolher. Ao longo de subidas e descidas de degraus,
aprendi que a paz é um excelente termômetro de escolhas. Fazer o que o coração
sugere que seja o melhor faz-se prioridade quando percebo que disso depende
minha paz de espírito. Viver em função de desejos alheios não é
inteligentemente saudável. Desisti de seguir os princípios construídos por
outros para mim e resolvi construir as minhas próprias trilhas. Não levada por
um ímpeto de rebeldia ou transgressão, mas por respeito à minha natureza, ao
que sou enquanto ser humano e social, enquanto mulher e cumpridora do compromisso
que assumi com minha inteireza. Experimento a seriedade de saber ser quem sou,
a seriedade de dar, com convicção, cada passo em meu
caminho. Não me arrependo de nenhuma escolha feita. Deixei nas últimas pegadas
as ansiedades tendenciosas e vícios torpes de pensamentos. Decidi lapidar o que
sou, aceitar o que não posso mudar e fazer bem feito o que ficou por realizar.
Escolhi depositar no pretérito o que me afligiu até aqui. A vida é muito breve
e frágil para suportar pesos desnecessários. Esquecendo-me das coisas que atrás
ficam, avanço para as que diante de mim estão. E mesmo que eu não viva para
tocá-las, elas já se fizeram contempladas em mim. Escolhi escolher sempre o que
me proporciona paz. Há beleza na vida presente, em cada pétala de existir, e é
do ar puro desse jardim que decido me nutrir: do que ainda há de humano nesse
mundo e do lado bom das escolhas. Se amadurecer tem suas penas, prefiro pensar
que o que ficou na fissura da escolha é matéria-prima para novos teceres. E é
na brecha que quero sempre estar: na liberdade de poder escolher o que me devolve a mim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário