terça-feira, 3 de junho de 2014

Alea jacta est

Não é fácil compreender que viver é um constante escolher. Ao longo de subidas e descidas de degraus, aprendi que a paz é um excelente termômetro de escolhas. Fazer o que o coração sugere que seja o melhor faz-se prioridade quando percebo que disso depende minha paz de espírito. Viver em função de desejos alheios não é inteligentemente saudável. Desisti de seguir os princípios construídos por outros para mim e resolvi construir as minhas próprias trilhas. Não levada por um ímpeto de rebeldia ou transgressão, mas por respeito à minha natureza, ao que sou enquanto ser humano e social, enquanto mulher e cumpridora do compromisso que assumi com minha inteireza. Experimento a seriedade de saber ser quem sou, a seriedade de dar, com convicção, cada passo em meu caminho. Não me arrependo de nenhuma escolha feita. Deixei nas últimas pegadas as ansiedades tendenciosas e vícios torpes de pensamentos. Decidi lapidar o que sou, aceitar o que não posso mudar e fazer bem feito o que ficou por realizar. Escolhi depositar no pretérito o que me afligiu até aqui. A vida é muito breve e frágil para suportar pesos desnecessários. Esquecendo-me das coisas que atrás ficam, avanço para as que diante de mim estão. E mesmo que eu não viva para tocá-las, elas já se fizeram contempladas em mim. Escolhi escolher sempre o que me proporciona paz. Há beleza na vida presente, em cada pétala de existir, e é do ar puro desse jardim que decido me nutrir: do que ainda há de humano nesse mundo e do lado bom das escolhas. Se amadurecer tem suas penas, prefiro pensar que o que ficou na fissura da escolha é matéria-prima para novos teceres. E é na brecha que quero sempre estar: na liberdade de poder escolher o que me devolve a mim.



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