Mais devastadores que gritos ao vento
São goles de silêncio sofridos
Que como sementes ferventes
Fecundam turbulências homicidas
Antes a voz, ainda que sem ouvidos.
``Andrade
quarta-feira, 13 de agosto de 2014
quinta-feira, 31 de julho de 2014
Identidade
Hoje o dia é cinza
Dia de crise
A angústia que balança a minha alma
Faz de meu ânimo pêndulo
Não tentarei mais escoá-la
Talvez ela seja parte necessária à manutenção do meu interior tão assim
como ele é
Tão ele
Tão eu
domingo, 8 de junho de 2014
Tiro no pé
Queria ser sufocada pelas palavras
Tomada, traduzida, embebedada.
Queria palavras que ao serem escritas, puxassem as raízes azedadas.
Bem que ela poderiam me levar em seu lombo,
ao menos indicar quais trilhas tomar
Como irei se pernas tenho e caminhos não?
Onde estão as placas?
Onde ficou a bússola?
A minha se perdeu, talvez nunca tenha existido.
Tudo vaza por entre os dedos...
Não consigo fechá-los.
Queria ser sufocada pelas palavras
Tomada, traduzida, embebedada.
Queria palavras que ao serem escritas, puxassem as raízes azedadas.
Bem que ela poderiam me levar em seu lombo,
ao menos indicar quais trilhas tomar
Como irei se pernas tenho e caminhos não?
Onde estão as placas?
Onde ficou a bússola?
A minha se perdeu, talvez nunca tenha existido.
Tudo vaza por entre os dedos...
Não consigo fechá-los.
Perdição
Há
dor,
Há
delícia,
Há
em mim os extremos da introspecção.
Que
linha tênue é a que distingue onde começam e terminam o começo e o fim?
Quero
mudar meus olhos
Minhas
lentes estão embaçadas
Vejo
precipício na fissura
As
lentes já não me servem, então.
Pior
do que não ter pernas para caminhar
É
tê-las, saber aonde quero chegar
E
não saber como fazer o caminho direto e certo.
Se
erro a rota, me perco
Se
me perco, perco tudo o que sou
Ou
o que fui.
Andrade
terça-feira, 3 de junho de 2014
Alea jacta est
Não é fácil compreender
que viver é um constante escolher. Ao longo de subidas e descidas de degraus,
aprendi que a paz é um excelente termômetro de escolhas. Fazer o que o coração
sugere que seja o melhor faz-se prioridade quando percebo que disso depende
minha paz de espírito. Viver em função de desejos alheios não é
inteligentemente saudável. Desisti de seguir os princípios construídos por
outros para mim e resolvi construir as minhas próprias trilhas. Não levada por
um ímpeto de rebeldia ou transgressão, mas por respeito à minha natureza, ao
que sou enquanto ser humano e social, enquanto mulher e cumpridora do compromisso
que assumi com minha inteireza. Experimento a seriedade de saber ser quem sou,
a seriedade de dar, com convicção, cada passo em meu
caminho. Não me arrependo de nenhuma escolha feita. Deixei nas últimas pegadas
as ansiedades tendenciosas e vícios torpes de pensamentos. Decidi lapidar o que
sou, aceitar o que não posso mudar e fazer bem feito o que ficou por realizar.
Escolhi depositar no pretérito o que me afligiu até aqui. A vida é muito breve
e frágil para suportar pesos desnecessários. Esquecendo-me das coisas que atrás
ficam, avanço para as que diante de mim estão. E mesmo que eu não viva para
tocá-las, elas já se fizeram contempladas em mim. Escolhi escolher sempre o que
me proporciona paz. Há beleza na vida presente, em cada pétala de existir, e é
do ar puro desse jardim que decido me nutrir: do que ainda há de humano nesse
mundo e do lado bom das escolhas. Se amadurecer tem suas penas, prefiro pensar
que o que ficou na fissura da escolha é matéria-prima para novos teceres. E é
na brecha que quero sempre estar: na liberdade de poder escolher o que me devolve a mim.
Assinar:
Postagens (Atom)