Não
compreendo como você conseguiu entrar sem reparar nas placas de atenção
Eu
não permiti que viesse com tamanha intensidade
Eu
não dei permissão para seu sorriso
revirar as folhas da minha alma
Eu
não disse que você poderia ir tão fundo
E
pior, esqueci de dizer que não era bom você partir
Ainda não vi seus olhos de verdade
Sinto
a perda do que não vivi
Cada
palavra sua se repete em meus ouvidos cobrindo terceiras palavras
Sua presença é tão viva que me questiono se deveria mesmo ter partido
Seu
medo foi maior que o não acaso
Teus
sorrisos ainda me fazem sorrir
Teus
olhos ainda arrancam uma lágrima dos meus
Agora
tento administrar a sua ausência
E
entre palavras, canções, decisões e lembranças, me ocupo de varrer-lhe para o
lugar onde você escolheu morar: no meu passado.
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