Você
foi o tipo de pessoa que fez as chagas do meu eu virem à luz e provocarem toda
a desordem que está agora feita. Entendi que não há culpados no fracasso de
relações, mas sim incompatibilidade de fatores. Foi com você que, sem decidir,
pude enxergar com nitidez defeitos e traços meus não percebidos com veemência
anteriormente. Li em algum lugar que as pessoas ficam em nossas vidas o tempo
necessário para aprendermos alguma coisa com aquela relação. Entendi que você
ficou sim o tempo necessário e que o que precisei ver em mim, eu consegui ver.
Não por você, mas pelo tipo de relação que tivemos e a forma como tratamos os
sentimentos que nasceram, e que matamos com mãos próprias. Difícil é aceitar
que a mudança é a lei da vida, mas é graças a essa lei que a felicidade pode
ser sempre alcançada. As dores são necessárias ao crescimento e a melhor forma
de passar pelo sofrimento é assumir o incômodo da ferida e fazer a parte que me
cabe para fazer a dor doer cada vez menos, até ser princípio de paz. Passarei por
essa prova de fogo, não inédita, mantendo os olhos no alvo, no pote de ouro no
fim do arco-íris, na paz de espírito e na possibilidade de amar novamente, que chegam
ao fim de cada sofrimento. Espero, então, pelo fechamento da ferida, pela
calmaria que está por vir, pelo meu eu aprimorado ao fim de mais uma fase de
crescimento e desapego doído. E o nosso “pra sempre”? Mais uma descoberta eu fiz: o pra sempre
acaba sempre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário