quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Assumida sim!



Se a vida é tão frágil e o tempo sutil, por que eu haveria de esconder a minha humanidade em prol da conveniência hipócrita de outros? Assumida, eu? Sim! Assumo minha condição de eterna estudante, de mulher, de cidadã e de responsável pelo meu destino. Assumo com leveza de alma minhas decisões e consequências delas. Triste é ouvir de outros julgamentos inapropriados e cuspidos por mera reprodução de hábitos. Se me definem como fazedora de escolhas, eu escolho então ser quem sou: HUMAMA, alguém que não se resume a uma específica identidade dentro dos papeis que assume na sociedade em que vive e com a qual se relaciona. Veja-me como quiser, adjetive-me do que achar necessário. Apenas não me defina pelo ângulo em que me enxerga. Descolonize o seu olhar. Não se define ninguém por sua raça, sexualidade, religião. Detesto nomenclaturas. Não me resumo a nomes, tampouco sou inominada. Simplesmente sou Mulher, Humana, vivo a minha vida da forma que preciso e que feliz me torna. Não se trata de exposição, mas sim de vestir minhas verdadeiras vestes. Respaldos transcendentais quais sejam não são suficientes para me lacrar nos gessos das convenções. Não preciso ouvir sem questionar, não tenho obrigação de ler e simplesmente obedecer. Sei até aonde preciso ir. Assumo sim minhas vontades, assumo minhas necessidades, inclusive a falta delas. Detesto chamas que se escondem. E já que todas as escolhas têm seu preço, eu escolho assumir a mim mesma. Pronto. Prefiro sempre o preço da liberdade ao sossego da servidão.

O que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Não, não gosto dos bons modos
Não gosto.
Eu gosto dos que têm fome
Dos que morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem.
(Adriana Calcanhoto – Senhas).








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